sábado, 9 de outubro de 2010

Commited

Algumas pessoas adequam essa expressão somente a relacionamentos amorosos. Utilizam os poucos minutos de folga da correria diária para futricar no orkut, facebook, twitter, celular, para se apropriar de informações da vida alheia que não trarão nenhum benefício a elas mesmas- não que eu não goste das redes sociais, muito pelo contrário-.Depois de comprovarem o que já esperavam ficam tristes e desapontadas. Para essas, commitment significa apenas isso: um rótulo. Como se de agora em diante, o conteúdo individual de cada ser humano fosse ser alterado completamente - em temperos, aromas, texturas, sabores - por uma mera classificação imposta pela sociedade "futriqueira". Pode-se comparar com uma Coca Cola e uma light? Pelo visto parece que sim. 

Rótulos, quem precisa deles? Do que adianta um rótulo carimbado no meio da testa do indivíduo, quando nem esse é verdadeiro. Do que adianta ter um namorado quando esse não lhe oferece reciprocidade, carinho, amor. E nesse último, não é dizer o "eu te amo" clássico a toda hora, mas sim demonstrar nos pequenos gestos: o telefonema de boa noite no final de um dia difícil, o deep look into your eyes no meio da multidão, o sorriso suave quando recebe um elogio, ou até a risada estrambólica da situação mais bizarra da sua vida. E não pensem que só esse é o tipo falso-rotulado. Existem aqueles vulgo solteirões/Samanthas que se auto-glorificam, quando , internamente, se mordem por não possuirem uma pessoa com a qual possam partilhar momentos especiais (e sometimes simplórios) de suas vidas. Existe uma situação paradoxal, mas a grande questão é que cada vez mais as pessoas idealizam o rótulo ao extremo, imaginando que somente ele seja necessário para criar seu universo pessoal, e acabam por esquecer-se da vida real: aquela que o individual interior vai viver.

Commitment. Relacionamento. Comprometimento. Rótulo. Realidade? 
Acabei de chegar em casa, sexta feira, onze e meia da noite, depois de uma semana maçante e que ainda não terminou. Sim, pois a minha semana de tarefas a cumprir termina no sábado, após ter frequentado Ética e Cidadania, as onze e meia da manhã. O dia de hoje me fez refletir muito o significado da palavra comprometimento, em especial durante minha aula de Pesquisa de Mercado. Me deparei com uma situação normal, onde um instituto de pesquisa realiza a técnica de grupo focal, e no término coloquei em pauta minhas considerações e críticas. O que chamou atenção de início, tornou-se uma bola de neve na minha cabeça no passar da minha reflexão sobre o contexto da aula, de seu início ao fim, e as associações com as aulas passadas e com as que estão por vir. Ao fim do período encontravam-se na sala, além do grupo e professor, somente 2 alunas observando (eu  e uma colega). Onde estava o resto? O grupo de semana que vem (que se fosse experto teria observado até o último segundo para arrasar) e os próximos, onde estavam? A situação ficou chata, pois somente nós duas criticamos. Where is the damn commitment?!

Falta comprometimento em muita gente hoje em dia. Comprometimento com os estudos; com os pais -que investem uma vida nos filhos- ; com o futuro - que se prejudica significativamente com esses deslizes-; com o mundo -que a cada dia tem seu quadro clínico alterado-; com si próprio - pois independentemente de onde estiver vivendo, com quem, com quantos anos ou condições de vida, quem estará do seu lado é você mesmo. Infelizmente são poucos que aderem a essa linha de pensamento, aquele que vem de dentro de si. A grande realidade do globo é que o único comprometimento que as pessoas tem é com seus rótulos.