É incrível como a semana mal começa e já estamos cansados. Tento entender se o cansaço vem do final de semana muito bem aproveitado ou da volta a realidade, que faz recordarmos todos os "pepinos" que temos a resolver. O engraçado é que, mesmo não comentando o que sinto, ouço as pessoas a minha volta resmungarem disso o tempo todo.
Aí aparece o problema em questão: se todos estão sempre cansados, o que deveríamos fazer? Tirar férias, hibernar por uns dias durante o feriado, jogar tudo pra cima e virar hippie? É um problema que a sociedade impoe sobre nós, ou nós mesmos naturalmente estamos condicionados a esgotarmos ao máximo nossas energias para fazer tudo o possível?
Semana passada tive o privilégio de viajar para o Rio pela primeira vez. Foi uma viagem super rápida, pouco mais de 24 horas na cidade maravilhosa - mas que foram suficientes para curtir um pouco do que aquele paraíso tem a oferecer-. Eu e minha dupla de criação, Bruna Curra, estavamos entre as 10 finalistas do concurso universitário da ABP, então resolvemos participar da cerimônia de encerramento do Festival de Publicidade do Rio - onde seria a premiação. Chegamos no Rio de Janeiro por volta do meio dia, e diretamente deixamos as mochilas no hotel e fomos passear na belissima praia de Ipanema. Observando as pessoas, tiramos conclusões muito peculiares sobre o estilo de vida carioca. Existe SIM um outro estilo de vida. As duas da tarde e o povo na beira da praia estava pegando sol, os homens jogando frescobol, surfando... Ninguém me diz que aqueles eram turistas, pois de brancos cor-de-leite não tinham nada. Todos exibindo seus corpos super bronzeados, definidos... Será que eles invertem o horário de trabalho? Ou será que não trabalham? Quisera eu ter pique pra trabalhar+malhar muito+pegar umas 2 horas de sol por dia+estudar.
Voltando a Porto Alegre, nas minhas 5 horas de aeroportos+voos fiquei refletindo sobre os estilos de vida. Ultimamente saiu uma pesquisa nacional que divulgava que o Rio Grande do Sul é o estado com maior índice de pessoas acima do peso. Provavelmente tem relação com nosso clima, as tradições, o estilo provinciano de Porto Alegre, que não concede a ela um status de cidade super mega agitada como São Paulo, que tem seu ar de metrópole e city that never sleeps. Então penso: ok, mas em Porto Alegre as pessoas são muito mais ocupadas do que pessoas do Rio, inclusive reflete na sua agilidade para qualquer coisa. Tá, mas e aqueles de SP, que vivem na quinta maior metrópole do mundo, e que trabalham redobrado e ainda por cima tem tempo e disposição para exercícios e vida social? Sim! Isso existe! Sendo assim me deparo com tal linha de raciocínio: ou nós gaúchos somos pessoas tristes e inconformadas por não termos as belas praias do Rio e o super agito paulistano, ou existe um campo magnético preguiçoso sobre o nosso estado.
Eu que achei que após me recuperar da anemia voltaria a ter mais disposição. Aparentemente não, mas eu JURO que não vou deixar o vírus do cansaço porto-alegrense me contagiar. Acho que todos precisamos de uma injeção de ânimo, força de vontade e ambição hoje em dia, caso contrário vamos passar o resto de nossas vidinhas gaúchas inconformados com a realidade.
terça-feira, 26 de outubro de 2010
sábado, 9 de outubro de 2010
Commited
Algumas pessoas adequam essa expressão somente a relacionamentos amorosos. Utilizam os poucos minutos de folga da correria diária para futricar no orkut, facebook, twitter, celular, para se apropriar de informações da vida alheia que não trarão nenhum benefício a elas mesmas- não que eu não goste das redes sociais, muito pelo contrário-.Depois de comprovarem o que já esperavam ficam tristes e desapontadas. Para essas, commitment significa apenas isso: um rótulo. Como se de agora em diante, o conteúdo individual de cada ser humano fosse ser alterado completamente - em temperos, aromas, texturas, sabores - por uma mera classificação imposta pela sociedade "futriqueira". Pode-se comparar com uma Coca Cola e uma light? Pelo visto parece que sim.
Rótulos, quem precisa deles? Do que adianta um rótulo carimbado no meio da testa do indivíduo, quando nem esse é verdadeiro. Do que adianta ter um namorado quando esse não lhe oferece reciprocidade, carinho, amor. E nesse último, não é dizer o "eu te amo" clássico a toda hora, mas sim demonstrar nos pequenos gestos: o telefonema de boa noite no final de um dia difícil, o deep look into your eyes no meio da multidão, o sorriso suave quando recebe um elogio, ou até a risada estrambólica da situação mais bizarra da sua vida. E não pensem que só esse é o tipo falso-rotulado. Existem aqueles vulgo solteirões/Samanthas que se auto-glorificam, quando , internamente, se mordem por não possuirem uma pessoa com a qual possam partilhar momentos especiais (e sometimes simplórios) de suas vidas. Existe uma situação paradoxal, mas a grande questão é que cada vez mais as pessoas idealizam o rótulo ao extremo, imaginando que somente ele seja necessário para criar seu universo pessoal, e acabam por esquecer-se da vida real: aquela que o individual interior vai viver.
Commitment. Relacionamento. Comprometimento. Rótulo. Realidade?
Acabei de chegar em casa, sexta feira, onze e meia da noite, depois de uma semana maçante e que ainda não terminou. Sim, pois a minha semana de tarefas a cumprir termina no sábado, após ter frequentado Ética e Cidadania, as onze e meia da manhã. O dia de hoje me fez refletir muito o significado da palavra comprometimento, em especial durante minha aula de Pesquisa de Mercado. Me deparei com uma situação normal, onde um instituto de pesquisa realiza a técnica de grupo focal, e no término coloquei em pauta minhas considerações e críticas. O que chamou atenção de início, tornou-se uma bola de neve na minha cabeça no passar da minha reflexão sobre o contexto da aula, de seu início ao fim, e as associações com as aulas passadas e com as que estão por vir. Ao fim do período encontravam-se na sala, além do grupo e professor, somente 2 alunas observando (eu e uma colega). Onde estava o resto? O grupo de semana que vem (que se fosse experto teria observado até o último segundo para arrasar) e os próximos, onde estavam? A situação ficou chata, pois somente nós duas criticamos. Where is the damn commitment?!
Falta comprometimento em muita gente hoje em dia. Comprometimento com os estudos; com os pais -que investem uma vida nos filhos- ; com o futuro - que se prejudica significativamente com esses deslizes-; com o mundo -que a cada dia tem seu quadro clínico alterado-; com si próprio - pois independentemente de onde estiver vivendo, com quem, com quantos anos ou condições de vida, quem estará do seu lado é você mesmo. Infelizmente são poucos que aderem a essa linha de pensamento, aquele que vem de dentro de si. A grande realidade do globo é que o único comprometimento que as pessoas tem é com seus rótulos.
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